Entre os dias 19 e 23 de Maio, representantes da Central da Caatinga em parceria com a Embrapa, PDHC/MDA, FIDA e COOPERCUC foram até algumas comunidades para levantamento sobre cultura alimentar e agrobiodiversidade do território. A ação, faz parte do trabalho que tem como objetivo realizar uma pesquisa sobre o tema a partir das vivências do ponto de vista das mulheres que estão localizadas nestes espaços tradicionais de fundo de pasto.
Por meio de conversas com feirantes, a experiência iniciou-se na sexta-feira na Feira da Sociobiodiversidade, promovida pela COOPERCUC, seguida de visitas às áreas de AgroCaatinga e quintais produtivos na Comunidade Serra da Besta em Uauá-BA acompanhada pela agricultora Maria Perpétua. Durante o processo de conhecimento da relação das mulheres desses locais com a alimentação, foram realizados também momentos coletivos com recordações afetivas onde todas contaram um pouco das suas trajetórias.
Na ocasião, foi possível unir os preparos das comidas às reflexões de soberania alimentar passando também pelo entendimento das representações e do impacto de insumos nativos dentro das cozinhas. Ainda como parte da imersão, foi possível degustar pratos com componentes como licuri e umbu, sendo destaque a umbuzada, arroz e galinha com leite de licuri à medida que também relatavam esses alimentos como os principais ofertados aos seus filhos.
Em continuidade às atividades, o grupo de deslocou até a cidade de Pilão Arcado, na região dos Brejos, onde, com o apoio da equipe do SASOP, foi realizado a pesquisa dentro da comunidade Brejo Dois Irmãos. Os dois dias nesses espaços contaram com rodas de conversas que envolveram todo coletivo e cerca de 20 moradores, homens e mulheres, que participaram da oficina de conhecimento sobre a alimentação antiga e atual considerando o espaço.
Para Denise Cardoso, presidente da Central da Caatinga, “foi um encontro muito rico e que nos deu a oportunidade de presenciar a relação das pessoas com a produção de alimentos, que também nos aproxima da comunidade”. Atividades como essas, são maneiras de estreitar laços com às culturas de cada povo e entender as suas necessidades a partir do manejo e produção dos alimentos visto que, a pesquisa desenvolvida pela Embrapa visa fortalecer as comunidades de fundo de pasto com a Caatinga pensando no alimento de verdade e nas melhorias de convivência ofertados no dia a dia.
A visita foi finalizada na Unidade de Beneficiamento de Buriti, em Pilão Arcado, que já faz parte da comercialização no Armazém da Caatinga, espaço físico da CECAAT em Juazeiro-BA.