Fruto símbolo da Caatinga proporciona desenvolvimento econômico às comunidades do Território do Sertão do São Francisco (BA)
O umbuzeiro é uma espécie endêmica da Caatinga, ou seja, apenas se desenvolve nesta região específica e, por isso, tem o seu fruto como o principal produto da cadeia da sociobiodiversidade do bioma Caatinga. O umbu é um fruto muito competitivo no mercado, e possui custo baixo, é a base da economia familiar e da alimentação dos povos sertanejos, principalmente no Território do Sertão do São Francisco, área que engloba dez municípios baianos: Uauá, Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho.
Nas cooperativas o umbu se transforma em doces, sorvetes, compotas, licores, conservas, polpas silvestres e até cervejas. Seu sabor cítrico e adocicado se destaca no paladar de diversas receitas ecogastronomicas.
Com o início da safra centenas de famílias que trabalham com a colheita e processamento do umbu ganham uma renda extra. O umbu colhido pelas extrativistas do sertão baiano pode ser encontrado nas prateleiras dos supermercados mais sofisticados do Brasil e até às mesas de consumidores na Itália, França e Áustria.
A Central da Caatinga tem expandido a sua iniciativa de apoio a comercialização dos produtos da agricultura familiar e o umbu se configura como uma das principais matéria primas presentes na formulação dos produtos ofertados em seu seu espaço comercial, no município de Juazeiro, Bahia.
Entretanto, atrelada a oportunidade de obter renda através da extração do umbu existe o desafio da conservação da biodiversidade da Caatinga pelo seu uso no Território do Sertão do São Francisco. Pra isso, diversos parceiros da Central da Caatinga tem contribuído para o desenvolvimento sustentável da região com ações conjuntas de formação, capacitação e assessoria.
A safra de 2020 está apenas começando, e espera-se que seja um ano com muita fartura de umbus, para a alegria dos povos sertanejos e dos consumidores que apreciam essa exclusiva iguaria do bioma Caatinga.
William França, @imburanatec