DEBATES SOBRE ALIMENTAÇÃO E CULTURA, EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS E TROCA DE EXPERIÊNCIAS SÃO DESTAQUES NO PRÊMIO SAT E INTERCÂMBIO ORGANIZADOS PELA EMBRAPA

Conservar a sociobiodiversidade e entender como os alimentos encontrados em comunidades tradicionais, foram temas presentes nos debates e exposições no evento realizado pela Embrapa Alimentos e Territórios, em Alagoas, entre os dias 30 de agosto e 03 de setembro. Na ocasião, foi possível acompanhar uma programação com seminários, feiras e intercâmbios em espaços como o Assentamento Nova Esperança e o Quilombo dos Palmares que fizeram parte da comemoração de 50 anos da organização.

Fruto das atividades desenvolvidas por meio do projeto Dom Helder Câmara, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) em parceria com a Embrapa, o encontro trouxe conversas que refletiam sobre os resultados do que foi desenvolvido em campo. Priscila Machado, engenheira agrônoma e colaboradora da Embrapa, reconhece que acompanhar algumas atividades foi muito importante para entender o impacto que as comunidades devem ter quanto a alimentação, preservação da cultura e benefícios futuros para o meio ambiente e a sociedade de modo geral.

“Acompanhar o prêmio, visitar as comunidades escolhidas, os sistemas agrícolas, conhecer um pouco da cultura alimentar por meio das mulheres, para mim foi muito rico nesse ponto de vista da valorização e de entender que é um patrimônio imaterial construído ao longo dos anos de vida das comunidades diante dos desafios (…) Acredito que o intercâmbio e a culminância na entrega do prêmio, fortaleceu as comunidades nesse sentido de está valorizando esse conhecimento cada vez mais e de entender que eles, o modo de vida, as comidas tradicionais e tudo que é passado de geração em geração é um patrimônio que precisa ser conservado e protegido”, comenta a engenheira.

Paola Cortez, pesquisadora da área de agricultura familiar e agroecologia da Embrapa alimentos e territórios, em Maceió, comenta que os seminários tinham como objetivo trazer os macros temas do projeto. Em um desses, com o tema “Diálogos sobre Agroecologia, Territórios e Cultura Alimentar”, foi feita uma roda de conversa em que o manejo da agrobiodiversidade e cultura alimentar esteve em foco e contou com a participação também da Central da Caatinga. Para ela, este teve como objetivo “apresentar a sistematização e reflexão das ações e lições aprendidas nas atividades de pesquisas participativas no âmbito deste projeto”. A pesquisadora ainda conta da importância de trazer a roda os representantes presentes. “A gente tem como premissa que os saberes das comunidades tradicionais são tão importantes quanto o conhecimento científico, por isso a realização de seminários organizados em rodas de diálogos”, finaliza.

Ainda sobre a participação, Denise Cardoso, presidente da Central de Comercialização das Cooperativas da Caatinga (CECAAT), comenta a relevância de trazer as práticas da Central junto ao Armazém da Caatinga com suas particularidades e apoio aos povos tradicionais. “A central estando aqui, também fortalece muito as nossas ações diante das comunidades tradicionais, diante do fortalecimento da agricultura familiar e toda relação com o alimento que nós temos”, comemora. Além do seminário e partilha das atividades realizadas pela instituição, também foi possível encontrar os produtos na feira de sociobiodiversidade, itens de variadas cooperativas e associações que fazem parte da cooperativa e que estão presentes na loja vitrine Armazém da Caatinga localizada em Juazeiro (BA).

Durante a agenda, as discussões se estenderam aos intercâmbios onde o grupo acompanhou a organização e resultados de conhecer os seus espaços, preservar e então conseguir gerar renda e conhecimento a partir das lutas e histórias presentes em cada ambiente.

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