A cadeia da caprinovinocultura, animais comuns na região do território Sertão do São Francisco, tem se tornado uma importante ferramenta para aumento de renda de agricultores familiares. Essa, já é uma realidade atingida por ações realizadas pela Central de Comercialização das Cooperativas da Caatinga, a CECAAT, em cidades da região.
Entre as atividades realizadas pela instituição junto aos produtores, estão o acompanhamento técnico, auxilio no cuidado dos animais, melhorias na produção, orientações de acesso a oportunidades e ações de abate e vendas de caprinos e ovinos. Todas visando garantir o manejo adequado dos animais, bem como a distribuição e venda desse item de forma justa, que traga maior benefício ao produtor.
Gabriella Novais, coordenadora da equipe técnica e responsável pela supervisão de assistência desde o campo até a distribuição pós-abate, ressalta que o trabalho é realizado como meio de ajudar os agricultores que não sabiam como realizar a vazão dos seus animais da forma correta e com maior benefício para eles. “A Central da Caatinga não compra animal e vende, ela viabiliza a comercialização de caprinos e ovinos com preço justo, valor agregado e com uma valorização maior pelo acompanhamento desde a base produtiva, que cumpre todo o controle sanitário adequado para consumo”, afirma.
Para os produtores, essa se tornou uma ótima oportunidade de ter uma fonte de renda que valoriza a produção. Helena Moreira, da comunidade Palmeira em Casa Nova, Bahia, conta que “ninguém nunca tinha vendido ou transportado carne para cidade nenhuma. E agora, desde o ano passado, que a gente vende bastante bode. Para nós tem sido muito importante esse projeto, espero que continue e que fique ainda melhor”. A agricultora ainda expressa a sua felicidade ao relatar que a sua criação chega até à mesa de muitas pessoas por meio das alimentações escolares de instituições parceiras da Central. “Nossa vontade é que seja abastecida as merendas escolares de todas essas cidades vizinhas. Quanto mais cidades, melhor para nós e para as crianças que vão consumir”, deseja.
Outra agricultora, Joseni da Silva, da fazenda Lagoa do Calderão, faz um comparativo de como aconteciam as vendas antes das ações junto a Central. “A gente vende, ver que o resultado é melhor, pois quando a gente vendia por meio dos atravessadores daqui, a gente perdia, perdia muito. Uma criação que valia duzentos, duzentos e cinquenta, trezentos reais, a gente vendia por uma mixaria porque aqui o valor é baixo demais com os atravessadores. E ainda demoravam a pagar. Agora não, a gente vende por um preço bom, recebe certinho. Para minha família foi uma melhora boa”, relembra.
A coordenadora técnica da CECAAT levantou ainda uma pauta muito importante sobre os benefícios que essas famílias recebem para além das atividades desenvolvidas em campo. “Com esse dinheiro o produtor está conseguindo melhorar a sua produção de forragem, a genética de seus animais, e vemos que está melhorando a questão mesmo da vida, da sua vida pessoal, suas residências, comprando seu veículo, filhos entrando em faculdade (…) então a gente consegue observar que essa atividade da comercialização de caprinos e ovinos legal, intermediado pela Central da Caatinga através dos abatedouros, tem surtido efeito e tá causando um impacto bastante positivo nas famílias dos produtores, dos agricultores da zona rural”, comemora Gabriella.
Até o momento são mais de 2 milhões de reais, resultado da comercialização proporcionada pelo trabalho em conjunto da cooperativa, técnicos e agricultores. Dentro desses feitos, está a oferta para Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que atingiu escolas municipais e estaduais localizadas no município de Juazeiro, norte da Bahia. Além dos programas por meio de políticas públicas, uma inovação elaborada pela Central da Caatinga foi a marca comercial da instituição que leva o nome “Caatingueira” e reúne produtos como a carne de caprino para ensopados, buchada e o sarapatel.