COM O BENEFICIAMENTO ATRAVÉS DA CENTRAL DA CAATINGA, CARNE CAPRINA GANHA NOVOS FORMATOS DE COMERCIALIZAÇÃO E SURPREENDE PRODUTORES

Tradicional na região, a carne caprina tem ganhado novos formatos para possibilitar a comercialização segura. Com a marca comercial da Central de Comercialização das Cooperativas da Caatinga, a Caatingueira, foram lançados, primeiro, a carne para ensopados e a linguiça. Mas, visando o beneficiamento de outras partes dos caprinos, agora também se encontra no mercado o sarapatel e a buchada (Mininico).

Os produtores que fazem a entrega dos caprinos e ovinos em pé, tiveram acesso aos produtos finalizados. Josenir da Silva, da Fazenda Lagoa do Caldeirão, Jaguarari-BA, recebeu bem as comidas que já são conhecidas em sua casa, agora com embalagens diferentes. “Esses produtos como a buchada e o sarapatel, gostei, é muito limpa, gostosa. Aqui na comunidade a gente faz de outro modo, mas essa forma também amei, gostei bastante. É mais uma coisa que a Central da Caatinga fez que a gente não tem reclamação”. Ela relata também o sentimento em saber que os seus animais fazem parte desse processo. “Eu fico muito feliz em saber que o bode que sai aqui da propriedade vai ser comida para as crianças e também é beneficiado dessas outras formas para mais pessoas terem em casa. Foi uma experiência muito boa, o trabalho é bem feito”.

Valdir Bispo, da mesma comunidade, demonstrou uma reação positiva ao novo modelo. “Isso aqui é a comida do sertão, não vou perder um prato desse nunca. Eu nunca tinha visto da forma como foi colocado, mas ficou bem interessante. O sarapatel está uma delícia para mim, a buchada também. De um a dez, é dez, não tem como ser menos”. Valdir Bispo

Para Gabriella Novais, coordenadora da equipe técnica da instituição, isso é resultado de como o trabalho é realizado visando trazer mais benefícios aos produtores que fazem parte da instituição. “Não é só o vender, é fazer com que o produtor tenha confiança na comercialização. Saber que estão agregando valor ao seu produto, ao seu animal, com beneficiamentos que fazem sentido também para o produtor. Aumenta a durabilidade do produto e é mais seguro para comercialização para qualquer pessoa”, afirma.

Otávio Monteiro Leite, da Fazenda Casa dos Monteiros, localizada no distrito de Massaroca, em Juazeiro-BA, conta como achou curiosa essa adaptação e comemora o aproveitamento dos animais. “Esse formato é uma novidade para a gente, foge do nosso tradicional, não sabia que não era possível usar o fio para enrolar e achei a solução fantástica. Viabiliza a venda da buchada, até com um valor agregado, dentro das normas sanitárias. E às vezes o produtor doa os miúdos por não ter como processar. Fazendo agora no abatedouro, do cabrito, vamos perder só o berro”, brinca.

Otávio lembra ainda que, no início dos trabalhos junto à Central, pensou que seria favorecido apenas com o acompanhamento e venda do animal em pé. Hoje, demonstra sua satisfação ao vivenciar essas experiências com o beneficiamento dos ‘miúdos’. “Eu pensei que a Central seria uma forma de vender o animal em pé, ter essa confiança e garantia de receber. Na minha visão era isso, mas a evolução e a melhoria são contínuas, tem que ser contínua. Então os produtos vieram para agregar ainda mais valor, vender da forma correta, ter canais de comercialização do queijo, os acessórios que estão juntos com os caprinos e ovinos, então esse jeito de buscar soluções para trazer para a gente como produtor rural é importante”. O agricultor destaca ainda o diferencial desse tipo de produção. “A carne, os produtos desses caprinos e ovinos criados a pasto na caatinga tem o sabor totalmente diferenciado. Estamos com quase 100% de aproveitamento do animal. Agrega valor, permite que chegue mais longe. Quem ganha é o produtor com isso”, finaliza.

Agora, a marca comercial Caatingueira está com quatro produtos: a buchada (Mininico), sarapatel, linguiça e a carne para ensopados. Além da comercialização em empórios como o Armazém da Caatinga, existem as entregas feitas mediante programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e é por meio dele que a carne para ensopados está presente em algumas escolas municipais e estaduais da Bahia.

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